quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Marco não admite "traições"


Vital Moreira alertou, Marcelo Rebelo de Sousa confirmou. Sem o PSD não há Regionalização. E como o professor não dá ponto sem nó, lá acrescentou que, com a actual liderança do seu partido, não será dado nenhum passo nesse sentido.
Mostrando que está de garras afiadas no que a Manuela Ferreira Leite diz respeito, o líder da Distrital do Porto dos social-democratas, Marco António Costa, tratou entretanto de avisar que, a acontecer, isso seria uma "traição" aos valores do partido e ao eleitorado. Parte do princípio que os partidos do Bloco Central - o PSD como o PS - ainda têm valores...
Interessante, ainda, o facto de atirar Rui Rio para o comando das tropas regionalistas. O próprio ainda não deu esse sinal, mas Marco António [o homem que se dizia poder vir a ser uma hipótese para uma candidatura à Câmara de Matosinhos] já não hesita e considera que Rio está "perfeitamente identificado" com a necessidade de fazer a Regionalização.
Mais, sendo vice-presidente do PSD [e, já agora, quem, numa conversa a sós com Manuela, deu o impulso final para que esta avançasse para a liderança] é uma "voz autorizada para sensibilizar a Direcção" a levar por diante a reforma administrativa do país.
Note-se que isto até pode ter sido dito em tom irónico, mas essa é uma mera interpretação de quem observa. O que conta é que o disse, publicamente, e através de declarações à agêncial oficial de notícias [a Lusa]. E as palavras, depois de impressas [ou digitalizadas] passam a ter um peso próprio. Sobretudo se forem provenientes do líder da maior distrital do PSD.
Marco António não se ficou pelos recados para o interior do seu partido. Lembrou, por exemplo, que a posição do PS também não é das mais claras. E chegou ao ponto de afirmar que José Sócrates "já disse não querer as regiões".
Não me recordo quando foi nem em que circustâncias. E Marco António também não esclarece. Mas a verdade é que também não tenho na memória que o secretário-geral do PS tenha revelado, pelo menos nos últimos anos, grande entusiasmo pela Regionalização.
Por uns e outros, aguardemos mais uns meses. Aproximam-se leições legislativas e com elas as propostas do PSD e do PS para os próximos quatro anos. E então poderemos avaliar com rigor qual o grau de compromisso em lançar a discussão e o consequente referendo.

1 comentário:

JOSÉ MODESTO disse...

A regionalização é um pré-requisito para a descentralização que objectiva transformar regiões administrativas em territórios de desenvolvimento, aproximando o Governo dos cidadãos.
Pensemos um pouco nesta ideia... é urgente e precisa-se.

Abraço
José Modesto