sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Guilherme pede um milhão a Rio


Não sei se se lembram dos carris do eléctrico que a Câmara do Porto arrancou do viaduto do Parque da Cidade? Pois a STCP reclama agora 910 mil euros à autarquia, a título de indemnização. Porque foi esse o montante que investiu, argumenta, quando os colocou, em 2001. Sugiro à Câmara de Matosinhos que faça o mesmo. Que processe a Câmara do Porto e que lhe peça uma indemnização pelo investimento que se fez na colocação de carris na marginal e que agora não servem para nada. Mas vamos por partes.
Em 2001, e no âmbito das operações de requalificação urbana patrocinadas pelo Porto 2001/Capital Europeia da Cultura, foi decidido instalar, no novo viaduto sobre o Parque da Cidade, carris do eléctrico que permitissem garantir uma linha entre Matosinhos-Sul e o Castelo do Queijo, e daí pelas marginais marítima e fluvial do Porto até ao Centro Histórico.
No entanto, em Março de 2005, a Câmara do Porto decidiu que, mais importante do que recuperar o eléctrico, era avançar com o Circuito da Boavista. Como os bólides não convivem bem com carris e paralelos, arrancou tudo e assentou alcatrão. Pouco importava o dinheiro dos contribuintes que fora gasto apenas quatro anos antes.
A STCP, que comparticipou a obra, ficou a remoer. E reclama agora, com novo vigor, os 910 mil euros que a instalação dos carris lhe custou. Um direito legítimo, reconheça-se. Mas cheira a jogada político-partidária. Pelo menos a Rui Rio, que já contra-atacou. E é aqui que o assunto começa a mexer com Matosinhos. Então não é que, para além de Ana Paula Vitorino (secretária de Estado dos Transportes) e Ricardo Fonseca (presidente da Metro), também Fernanda Menezes, a presidente da STCP, esteve no jantar de campanha de Guilherme Pinto?
Espero que tenham aproveitado a oportunidade para delinear uma estratégia que defenda os interesses de Matosinhos. É que por aqui também se gastaram umas centenas de milhar de euros a instalar carris na marginal. Que agora não servem para nada. É verdade que quando estas coisas aconteceram não se ouviu um queixume do lado de cá [o presidente era ainda Narciso Miranda]. Mas mais vale tarde que nunca. Sugiro que na acção se peça um milhão de euros ao Porto. Que mais não seja para justificar o título do post.

4 comentários:

Anónimo disse...

Quem era o presidente da Câmara de Matosinhos quando o Rui Rio mandou levantar os carris?

Rafael Barbosa disse...

Bem observado. Era Narciso Miranda

Anónimo disse...

Numa época em que se procura branquear um passado de cumplicidades, na procura de um poder que agora não querem partilhar, cabe recordar as tropelias que fizeram à linha do eléctrico que vinha para o Mercado e as consequências que tiveram para a R. Brito Capelo que continuam a não saber tratar. E também perguntar o que é feito do tão prometido e propagandeado eléctrico turístico para o Senhor do Padrão. Talvez a revista municipal de propaganda paga por todos nós e o blogue do movimento narcisista dêem a resposta. É que eles sabem qual é.
Com memória

Anónimo disse...

Rafael, queria-lhe dar os parabens pela excelente piada:

-Espero que tenham aproveitado a oportunidade para delinear uma estratégia que defenda os interesses de Matosinhos.


Por favor Rafael, guilherme pinto não defende os interesses de Matosinhos na Metro que é presente e futuro, acha que vai defender em relação ao electrico???

O respeitinho ao vendedor do Magalhães(Sócrates), é muito bonito!!!