Chegou-me à caixa do correio a revista de Outubro da Câmara de Matosinhos. No que diz respeito a informação aos munícipes, vale apenas pelo que já se vai dizendo sobre o "Constantino Nery". O resto é propaganada a eventos e a cerimónias de corta-fitas que já ficaram para trás, ou seja, um desperdício de dinheiro dos contribuintes [80 mil exemplares naquele papel não é para qualquer tesouraria]. Pelo meio tem duas entrevistas. Uma ao vereador da Cultura, Fernando Rocha, com conteúdo. Outra a Luísa Salgueiro, em que, mais do que as respostas, ressaltam as perguntas e a prosa encomiástica do "jornalista". Verdadeiras pérolas.
Logo a abrir destaca-se que a nossa vereadora toca vários instrumentos ao mesmo tempo e com energia contagiante. Impõe-se, portanto, uma exibição no Praça da Alegria, de preferência em dueto com o padre Borga. Mas a seguir é que o ridículo ultrapassa todos os patamares: "Luísa Salgueiro é matosinhense de alma e coração e foi por causa deste amor, e da vontade em dar um válido contributo de cidadania à terra que a viu nascer, que resolveu acumular o mandato de deputada da Assembleia da República com o de vereadora a meio tempo em Matosinhos". Parece uma espécie de amor de perdição. Vai acabar mal.
Mas o autor da prosa insiste, logo à segunda pergunta da entrevista: "Vive na Maia mas é matosinhense da gema, com raízes na freguesia de S. Mamede, e de alma e coração. Como é que caracteriza a relação umbilical que tem com o concelho de Matosinhos?" A resposta nem interessa. O que isto parece é uma tentativa farsola de lavar a imagem da vereadora. Como se viver na Maia fosse uma nódoa. Claro que quem elaborou ou quem encomendou perguntas deste calibre deve achar que é. Só isso justifica tanto empenho.
Mas deixo a melhor pérola desta revista para o fim. Apesar de estar logo a abrir o conjunto. É logo o primeiro parágrafo do editorial de Guilherme Pinto. Não resisto a transcrevê-lo na íntegra: "Olhando para o glorioso passado deste nosso belo país à beira mar plantado, lembro-me, muitas vezes, que, tal como nos Descobrimentos, também na vida, há sempre dois caminhos, duas formas distintas de estar. Ou ousamos entrar numa "casca de noz" e enfrentamos ventos e tempestades, tormentas e "adamastores" para, enfim, com perseverança e atitude, chegar a bom porto. Ou assumimos a carranca desconfiada de um velho do Restelo". Como já se percebeu, escolheu a "casca de noz". Até se fica engasgado.
Só duas observações: primeira, o presidente da Câmara tem de arranjar outra pessoa que lhe escreva os artigos; segunda, alguém tem de lhe dizer que isto é um editorial de uma revista da Câmara, não uma crónica sobre as suas angústias pessoais e sobre os seus ódios de estimação, por muito que lhe apeteça arrancar as barbas ao velho do Restelo...
5 comentários:
"Ou assumimos a carranca desconfiada de um velho do Restelo".
O homem retrata-se como ninguem nesta frase!!!!
Haverá alguem mais desconfiado, mais carrancudo que velho do restelo do presidente da camara de matosinhos????
Caro rafael
A revista do regime tem mesmo entrevistas confrangedoras a alguns vereadores,
lembra-se da entrevista ao Vice, alguem sem expreriencia, que se julga o dona da verdade e sem nenhum passado politico ou social em Matosinhos??
Ou a Joana que nada disse e politicamente é mesmo uma nulidade...
caro Rafael começo a gostar das suas cronicas que já nao sao tao manhosas(eh eh) e começam a tocar no que de mais bizarro tem o nosso matosinhos politico...
Kim four
A senhora Vereadora de Matosinhos só tem o tempo em que militava no CCJ (que como todas as pessoas interessadas sabem é a incubadora de politiqueiros da classe da Vereadora Joana ou então dos que querem fazer negócios com concertos para o povo). A verdade é que no tempo do Narciso eles não apareciam porque o homem não gostava de protagonismos, hoje em dia não aparecem porque não têm nem uma vaga ideia do que querem para a cidade.
IP
A revista municipal é um instrumento de propaganda de baixo nível, tão evidente se torna o propósito de vender a imagem do "patrão" (tiro as aspas?). Mas Guilherme Pinto continua a mostrar-se um excelente aluno. O que está a fazer hoje aprendeu com o seu mestre Narciso. Claro que ambos gastando muitas centenas de milhares de euros em papel de luxo, correio, serventuários, etc., evidentemente que com o recurso ao orçamento municipal e não ao seu próprio já que se trata de promoção pessoal. Eles têm a mesma escola, não busquem a diferença em tempos de águas calmas. O que os move é a ambição pessoal, explorando o desejo que todos temos de um concelho harmoniosamente desenvolvido e com melhor qualidade de vida. Será que para qualquer um deles tem sentido a palavra servir num cargo público?
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