"Um quilo de sardinhas, acabadinhas de sair do barco, é vendido na lota de Matosinhos a um preço médio de 0,69 euros. É transportado para um mercado do Porto ou entregue numa peixaria das imediações. Meia hora depois, entra um cliente para comprar um quilo da mesma sardinha. Custo: 4,65 euros.
Num curto espaço de tempo, meia dúzia de quilómetros cumpridos, o preço da espécie mais pescada em Portugal multiplicou-se sete vezes. É caso para dizer que o peixe, tão querido da dieta alimentar dos portugueses, está pela hora da morte."
in Público
Li hoje esta na edição online do Público. E acho muito interessante que haja um grupo de senhores muito importantes e muito preocupados com a regulação dos mercados mundiais. Pena que seja só com o mercado de acções, do petróleo e da finança. Ora digam lá que o mercado da sardinha não precisa também de uma regulaçãozita... Só não a entreguem é ao cuidado de Vítor Constâncio. Se ele não distingue as vigarices do BPN de uma qualquer transferência bancária para pagar a conta do supermercado, ainda acabávamos os nossos dias a comer sardinha espanhola.
Reforcemos a informação contida na notícia. Os 0,69 euros representam a receita que os pescadores conseguem depois de horas de esforço brutal e muito dinheiro gasto em manutenção de embarcações, redes, gasóleo. Pois bem, em meia dúzia de minutos os vários intermediários sacam sete vezes mais, ou seja quatro euros limpinhos. Viva o capitalismo!
3 comentários:
Prezado Rafael,
a comercialização dos produtos não tem nada a ver com "capitalismo".
Procure uma empresa em Portugal que está interessada em "exportar" os seus produtos. No ramo de texteis vai encontrar 5, talvez 8 !
Os outros fabricantes/pescadores querem "vender" em casa, isto é : o importadaor vem para Portugal manda, paga, recebe em solo Portugues a mercadoria e leva todo para a terra dele.
A factura do transport paga sempre o comprador.....
Afinal quem é que faz (planeia, controla, paga, e arrisca) toda a exportação portuguesa ?
Uma camisola -made in Portugal- para um consumidor final alemão custa 10 % produção / 90 % comercialização !
Se os Portugueses/pescadores não querem ganhar este dinheiro com trabalho adicional ...a culpa não é do "capitalismo"
Ralf
Este é um problema que afecta a sociedade portuguesa. E não só nas sardinhas.
Só não entendo a posição dos Sindicatos dos Pescadores que não vêm estas coisas, nem tomam posição em favorm dos seus associados.
Será que, como a CGTP faz e foi denunciado pelo Manuel Monteiro em Braga, preferem ir acabando com as pequenas empresas para depois cobrarem dos trabalhadores que vão para o desemprego, uma comissão sobre os subsídios a que eles têm direito pelo despedimento?
ATT.tenho muito respeito pelos pescadores.
Não precisam necessáriamente de a descarregar em Portugal, o mercado é livre e se hoje comemos muita sardinha Espanhola, é porque a mesma chega mais cedo á lota...a nossa chega um pouco mais tarde.
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