José Sócrates está a ser alvo de uma campanha negra e para a travar é necessário um sobressalto cívico. O Bloco de Esquerda é um partido parasita. Só a maioria absoluta do PS garante estabilidade e governabilidade. O ensino pré-escolar vai passar a ser obrigatório. Vital Moreira será o cabeça de lista às eleições para o Parlamento Europeu. Assim se pode fazer a síntese do congresso socialista deste fim-de-semana. Mas vamos por partes.
O secretário-geral do PS escolheu a estratégia da vitimização para abrir o congresso. Não há nada como o alerta de que se está debaixo de fogo inimigo para unir as tropas e fomentar o espírito de combate. O problema é que José Sócrates escolheu o inimigo errado. A Comunicação Social não é perfeita, mas isso acontece porque reflecte as imperfeições da sociedade que retrata.
Se as suspeitas sobre o ex-ministro do Ambiente são infundadas, a melhor forma de repor a verdade é apelar à eficácia da investigação. E já agora garantir meios para que a máquina da justiça funcione de uma forma célere e independente do poder político. Esse, sim, seria um bom tema para discutir num congresso em que se deveria ter começado a desenhar um programa eleitoral. Ou será que o sobressalto cívico que se pede vai apenas no sentido de pressionar os media a varrer as notícias desagradáveis para debaixo do tapete?
O PS elegeu o Bloco de Esquerda como principal adversário. Porque teme que sejam os "parasitas" da esquerda, para citar António Costa, a roubar-lhe a maioria nas próximas eleições legislativas. O principal partido da oposição, o PSD, já não incomoda. Está tolhido por uma gripe que lhe provoca febres de 40 graus e o consequente delírio discursivo. Não vale a pena, portanto, bater no ceguinho. O PCP tem um eleitorado mais ou menos estabilizado, pode até conquistar algum voto de protesto, mas a fronteira ideológica está bem definida.
Com o Bloco é diferente, sobretudo quando o histórico Manuel Alegre demonstra mais empenho e interesse em participar num comício das esquerdas com Louçã do que num congresso socialista com Sócrates. Cada ponto a mais nas intenções de voto no Bloco é um passo atrás na ambicionada renovação da maioria absoluta. Sendo que esta, segundo Sócrates, é a única forma de garantir estabilidade e governabilidade no país.
Um dogma discutível e que passa até a ser bizarro quando é apresentado quase como um fim em si mesmo, sem conteúdo que o sustente. Certamente não é necessária uma maioria de deputados do mesmo partido apenas para aprovar a obrigatoriedade da frequência do ensino pré-escolar ou para convocar um novo referendo à regionalização, as propostas mais sonantes que o congresso agora ratificou. E presume-se que a estabilidade e governabilidade do país não ficarão em causa se por acaso o casamento entre pessoas do mesmo sexo não for aprovado no Parlamento.
O secretário-geral do PS escolheu a estratégia da vitimização para abrir o congresso. Não há nada como o alerta de que se está debaixo de fogo inimigo para unir as tropas e fomentar o espírito de combate. O problema é que José Sócrates escolheu o inimigo errado. A Comunicação Social não é perfeita, mas isso acontece porque reflecte as imperfeições da sociedade que retrata.
Se as suspeitas sobre o ex-ministro do Ambiente são infundadas, a melhor forma de repor a verdade é apelar à eficácia da investigação. E já agora garantir meios para que a máquina da justiça funcione de uma forma célere e independente do poder político. Esse, sim, seria um bom tema para discutir num congresso em que se deveria ter começado a desenhar um programa eleitoral. Ou será que o sobressalto cívico que se pede vai apenas no sentido de pressionar os media a varrer as notícias desagradáveis para debaixo do tapete?
O PS elegeu o Bloco de Esquerda como principal adversário. Porque teme que sejam os "parasitas" da esquerda, para citar António Costa, a roubar-lhe a maioria nas próximas eleições legislativas. O principal partido da oposição, o PSD, já não incomoda. Está tolhido por uma gripe que lhe provoca febres de 40 graus e o consequente delírio discursivo. Não vale a pena, portanto, bater no ceguinho. O PCP tem um eleitorado mais ou menos estabilizado, pode até conquistar algum voto de protesto, mas a fronteira ideológica está bem definida.
Com o Bloco é diferente, sobretudo quando o histórico Manuel Alegre demonstra mais empenho e interesse em participar num comício das esquerdas com Louçã do que num congresso socialista com Sócrates. Cada ponto a mais nas intenções de voto no Bloco é um passo atrás na ambicionada renovação da maioria absoluta. Sendo que esta, segundo Sócrates, é a única forma de garantir estabilidade e governabilidade no país.
Um dogma discutível e que passa até a ser bizarro quando é apresentado quase como um fim em si mesmo, sem conteúdo que o sustente. Certamente não é necessária uma maioria de deputados do mesmo partido apenas para aprovar a obrigatoriedade da frequência do ensino pré-escolar ou para convocar um novo referendo à regionalização, as propostas mais sonantes que o congresso agora ratificou. E presume-se que a estabilidade e governabilidade do país não ficarão em causa se por acaso o casamento entre pessoas do mesmo sexo não for aprovado no Parlamento.
(*) Comentário originalmente publicado no JN desta segunda-feira
1 comentário:
O discurso de Socrates é o discurso do zero. O Homem, quando não tem numeros para debitar, não diz nada. O Homem não sabe como resolver os problemas do País. Não tem ideologia. O Homem conduziu o PS ao aborrecimento, ao tédio,à ausencia de convicções. O PS é ,neste momento, um «rebanho». Sem ofensa para os militantes.Um Partido estéril. A forma como debateu a sua moção, pelo País fora, diz isso. Esqueceu o desemprego, o desajuste entre a realidade crua e a falencia dos bancos, a corrupção e a liberdade. O seu ataque ao Publico e à TVI,se não é patetico, é de enorme preocupação para quem tem na liberdade, uma das supremas conquistas do Povo Português. O Homem passa ao lado do que se lhe pede e exige. O Homem não está preparado para governar sem a maioria absoluta. É um tirano travestido de democrata. O homem obedece a formas brutais de governar, impostas e garantidas pelos grandes interesses, sobrepondo o economico ao politico. O Homem vem agora com umas migalhas tentar inverter o discurso. O Homem não tem «coluna», nem principios iedologicos. O Homem é José Socrates
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