1. Em Espanha já lhe chamam a “festa do desempregado”. Porque em tempos de recessão, como explicava há dias o jornal “El País”, os desempregados converteram-se em foco de atenção política e comercial. O Governo de Zapatero concede-lhes uma moratória no pagamento da hipoteca, a Telefónica perdoa metade da conta mensal do telemóvel.
Em Portugal, a “festa” ainda não ultrapassou as fronteiras do Estado. A nossa PT ainda não anunciou nenhuma campanha de marketing do género. Mas Sócrates foi rápido a copiar o modelo da moratória no pagamento da prestação da casa. Uma espécie de “deixe acumular para amanhã o que não pode pagar hoje”. Fica por saber o que acontecerá se amanhã o desempregado não conseguir pagar o que acumulou.
Mas não sejamos demasiado cáusticos. À parte a moratória, o Governo anunciou iniciativas válidas, como o alargamento da acção social escolar às crianças com pais desempregados ou o aumento da comparticipação dos medicamentos genéricos para os que têm pensões mais baixas. Medidas que custam 100 milhões de euros ao Orçamento de Estado.
Será pouco ou muito, dependendo da perspectiva a partir da qual se compara: pouco, quase nada, se comparado ao custo de pontes, aeroportos e TGV que se anunciam; muito, se comparado a um orçamento familiar em que já não sobra nada para medicamentos, livros ou refeições na escola.
Não será, definitivamente, motivo para “festa”. Excepto nesse arraial popular em que às vezes o nosso Parlamento se transforma. Em que o Governo se ilude com o facto de ser o único com meios para lançar os foguetes e a oposição se irrita por não poder fazer mais nada do que apanhar as canas.
2. A apresentação do relatório anual da Escola Segura passou mais ou menos despercebida. Provavelmente já são poucos os que têm paciência para estatísticas, depois de tanto ouvir falar de taxas de desemprego. Mas não devia ser assim porque alguns daqueles números revelam situações preocupantes sobre o clima de violência que se vive em algumas escolas. Sobretudo o que nos diz que as agressões a professores continua a aumentar e que já se somam 206 casos participados num único ano lectivo.
Mas ainda mais preocupante é que os dois ministros que estiveram na apresentação do relatório – a da Educação e o da Administração Interna – se limitaram a apresentar os números. Nada sobre os motivos para tanta violência e indisciplina. Zero sobre o que propõem fazer para reverter o cancro que se vai instalando. Conclui-se que alguns ministros já não são capazes, sequer, de lançar foguetes. Talvez esteja na hora de alguns voltarem ao papel de tentar apanhar as canas.
Em Portugal, a “festa” ainda não ultrapassou as fronteiras do Estado. A nossa PT ainda não anunciou nenhuma campanha de marketing do género. Mas Sócrates foi rápido a copiar o modelo da moratória no pagamento da prestação da casa. Uma espécie de “deixe acumular para amanhã o que não pode pagar hoje”. Fica por saber o que acontecerá se amanhã o desempregado não conseguir pagar o que acumulou.
Mas não sejamos demasiado cáusticos. À parte a moratória, o Governo anunciou iniciativas válidas, como o alargamento da acção social escolar às crianças com pais desempregados ou o aumento da comparticipação dos medicamentos genéricos para os que têm pensões mais baixas. Medidas que custam 100 milhões de euros ao Orçamento de Estado.
Será pouco ou muito, dependendo da perspectiva a partir da qual se compara: pouco, quase nada, se comparado ao custo de pontes, aeroportos e TGV que se anunciam; muito, se comparado a um orçamento familiar em que já não sobra nada para medicamentos, livros ou refeições na escola.
Não será, definitivamente, motivo para “festa”. Excepto nesse arraial popular em que às vezes o nosso Parlamento se transforma. Em que o Governo se ilude com o facto de ser o único com meios para lançar os foguetes e a oposição se irrita por não poder fazer mais nada do que apanhar as canas.
2. A apresentação do relatório anual da Escola Segura passou mais ou menos despercebida. Provavelmente já são poucos os que têm paciência para estatísticas, depois de tanto ouvir falar de taxas de desemprego. Mas não devia ser assim porque alguns daqueles números revelam situações preocupantes sobre o clima de violência que se vive em algumas escolas. Sobretudo o que nos diz que as agressões a professores continua a aumentar e que já se somam 206 casos participados num único ano lectivo.
Mas ainda mais preocupante é que os dois ministros que estiveram na apresentação do relatório – a da Educação e o da Administração Interna – se limitaram a apresentar os números. Nada sobre os motivos para tanta violência e indisciplina. Zero sobre o que propõem fazer para reverter o cancro que se vai instalando. Conclui-se que alguns ministros já não são capazes, sequer, de lançar foguetes. Talvez esteja na hora de alguns voltarem ao papel de tentar apanhar as canas.
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