1 - "Ao que consta", a carta anónima que deu origem à investigação do chamado caso Freeport não era anónima. Aliás, "existem rumores" de que terão sido os próprios investigadores da PJ a sugerir que a denúncia se fizesse de forma anónima. Ora, estes "boatos rapidamente se tornam em verdades absolutas" quando surgem pela pena do bastonário da Ordem dos Advogados, Marinho Pinto. E isso provocou uma evolução das "conversas de café", que até aqui condenavam José Sócrates, e tendem agora, "ao que parece", a absolvê-lo.
Para além de apontar o dedo a métodos de investigação inaceitáveis, o artigo de Marinho Pinto obriga a uma leitura mais atenta da carta anónima, que é afinal de autor bem conhecido. E o que de mais relevante se lê são as expressões que aparecem entre aspas mais acima.
É verdade que entretanto se foram juntando novos dados ao processo. Mas não deixa de ser extraordinário perceber que foi assim que se começou a investigação a alguém que é hoje primeiro-ministro de Portugal: com uma carta anónima feita a pedido de quem investiga e em que apenas se referem rumores e boatos ouvidos em conversas de café.
Questionado sobre estas trapalhadas, o procurador-geral da República lamenta o "romance" à volta do Freeport, acrescentando que é apenas um entre 500 mil processos em investigação. O que suscita de imediato uma nova pergunta: quantos desses 500 mil processos de investigação terão começado de uma forma tão abandalhada como o Freeport?
Para além de apontar o dedo a métodos de investigação inaceitáveis, o artigo de Marinho Pinto obriga a uma leitura mais atenta da carta anónima, que é afinal de autor bem conhecido. E o que de mais relevante se lê são as expressões que aparecem entre aspas mais acima.
É verdade que entretanto se foram juntando novos dados ao processo. Mas não deixa de ser extraordinário perceber que foi assim que se começou a investigação a alguém que é hoje primeiro-ministro de Portugal: com uma carta anónima feita a pedido de quem investiga e em que apenas se referem rumores e boatos ouvidos em conversas de café.
Questionado sobre estas trapalhadas, o procurador-geral da República lamenta o "romance" à volta do Freeport, acrescentando que é apenas um entre 500 mil processos em investigação. O que suscita de imediato uma nova pergunta: quantos desses 500 mil processos de investigação terão começado de uma forma tão abandalhada como o Freeport?
2 - O Metro do Porto tem cada vez mais passageiros (51,5 milhões de validações em 2008) e cada vez mais receitas operacionais (29,2 milhões de euros em 2008). No entanto, a situação financeira é cada vez pior e a empresa já entrou numa situação de falência técnica.
Tratando-se de uma empresa de transportes públicos, não se esperava que fosse lucrativa. Até porque pratica preços sociais. Mas também não parece saudável que encerre o ano com um prejuízo de 148,6 milhões. Sendo que a principal explicação para este desastre é que de um total de 246 milhões de euros de indemnizações compensatórias [a garantia de que é possível praticar preços sociais] que o Estado está a dever, chegaram apenas 11,6 milhões.
Outro número curioso é o que nos diz que, dos 123,8 milhões de euros investidos durante o ano passado (em obras ou na compra de veículos), apenas 7,4 milhões correspondem a investimento do Estado. O resto só foi possível através do endividamento bancário.
Isto ajuda a perceber porque se chegou um passivo da ordem dos 2,1 mil milhões de euros. É que o dinheiro que o Estado distribui generosamente por tudo o que é obra pública da região de Lisboa escasseia para as províncias. A importância do metro do Porto não passa a fase do discurso político. Quando é preciso distribuir verbas, há sempre uma ponte, aeroporto, auto-estrada ou até linha de metro mais importante para fazer na capital.
(*) Comentário originalmente publicado no JN desta segunda-feira
3 comentários:
No fim de semana, Socrates deu «folga» à máquna de calcular.
Regressou hoje. 175 milhões para recuperação de 50 escolas envolve 28 autarquias. Regressou o «circo» aritmetico socratico.
GUILHERME COSTA, presidente da RTP, vai ser ouvido na AR a pedido de toda a oposição. Admitiu José Sócrates como «animador» da Televisão Publica, sem recurso a concurso publico. José Socrates não tem carteira profissional, nem de jornalista nem de animador. Só tem de «grande artista», caracteristica não contemplada.
Novo presidente do Sindicato dos magistrados do MP denuncia pressões que atingem «niveis incomportaveis» e admite a hipotese de as denunciar.
Para mim, o FREEPORT vai parar em Maio. Ou Junho. Quero dizer, será arquivado. Há alguém que acredite na Justiça? A não ser os poderosos. Somos um «lugarzinho» sem horizonte.Sem substância. Sem «pingo» de credibilidade. Sem uma lágrima que seja de comiseração. Somos um País manhoso. Profundamente hipócrita e anti social. Somos uma «feira de vaidades» e de hipocrisias. Andamos entretidos com vários processos judiciais. Casa Pia? Onde está, para onde vai? Arquivo. Quem lucra? Quem perde? Quem envolveu? Processos judiciais que envolvem «poderes». Que o «centrão» gere com a habitual habilidade. Fala-se de aprovação do enriquecimento ilicito e o «centrão» assobia para o lado. Não convém. Ninguém pede que se explique. Ninguém aceita explicar-se. Ficamos melhor assim. Agarram-se à Constituição e aos direitos individuais. São uns «tristes». Mas governam-se. Ninguém quer explicar como se fica multimilionário. Como se as fortunas, que todos nós vemos proliferar, fossem de geração expontanea. Como se tivessemos regressado ao tempo das «arvores das patacas». Somos um País de muitos «sujos» e mal cheirosos. Que vivem encapotados e enfrascados de perfumes de alto luxo e preço. Estamos Feitos. Somos um País pobre onde andam os «andarilhos» do Poder. Que tudo levam. Tudo «sacam». Tudo dividem e absorvem. Que traficam e trocam entre si. Para os outros, o povo, deixam as «migalhas» e as promessas. Os milhões, de tudo e de nada, que o n/primeiro vai ilusoriamente distribuindo cá pelo sitio. E quem sair deste «palco mediaticamente montado» é ameaçado. Nem que sejam magistrados.
O n/sitio. O n/Lugar. O que deveria ser um País, uma Nação, não passa dum circo. Onde as feras não deixam nada. Apenas que, nós pobres «palhaços», de quando em vez, mandemos umas «graçolas», em jeito de manifestações, contemos umas anedotas, em jeito de palavras de ordem, para amenizar o ambiente. E dar um certo, e conveniente, tom democrático.Faz-me lembrar aquele grupo de jovens bailarinas que actuaram no Drãgão. Antes do Jogo. Três «minutitos».Para aquecer o ambiente. Para alegrar as pessoas. Porque no resto, no jogo, já não tiveram participação.
É o que somos. Nem sequer somos figurões. Apenas e só uma figurinhas.Ou cromos, como se quiser.
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