O ambiente está a piorar e parece-me que não vai parar por aqui. Rui Rio desfere ataque violento sobre a nova administração da Metro do Porto - o seu funcionamento é "miserável" - e com isso sobre o Governo e as suas intenções para a expansão da rede.
Como se começava a perceber - e Rui Rio dás mais indicações nesse sentido - a Linha da Boavista vai ficar congelada. Resta saber o que dará o Governo em troca aos utentes de transportes públicos. A julgar pela secretária de Estado, Ana Paula Vitorino, pouco ou nada. A julgar pelo ministro, Mário Lino, tudo o que estava previsto. Contradições que os nossos governantes encaram com a maior das bonomias.
Como no concreto não sabemos nada - como sempre, encomendaram-se mais uns estudos, em que o principal objectivo parece ser desqualificar os estudos anteriores -, só podemos especular a partir das pistas que nos foram sendo fornecidas nos últimos dias.
Assim, parece-me que no curto prazo (um ano) teremos quando muito o concurso (que não a construção) da ligação à Trofa, a partir da Maia. E talvez a continuação da Linha Amarela por mais umas dezenas de metros até Santo Ovídio (Gaia). E por aqui provavelmente ficaremos.
O resto, se e quando houver, será, para citar Ana Paula Vitorino, no âmbito de um projecto gobal, linguagem normalmente utilizada para designar obras que nunca se sabe quando vão sair do papel. Mesmo assim, não deixará de haver anúncios solenes e compromissos reafirmados. Até porque estamos a um ano de eleições autárquicas.
E como estamos a um ano de eleições autárquicas e como sabemos que haverá apostas fortes para várias câmaras da Área Metropolitana, podemos aprofundar um pouco mais os prognósticos. Logo veremos se batem mais ou menos certos.
Por exemplo, não custa imaginar que, pelo menos no discurso político (que é diferente da velocidade de execução), seja dada prioridade a linha Senhora da Hora/S. Mamede de Infesta/Hospital de S. João. Com a batalha titânica que se adivinha pelo Poder em Matosinhos, este poderá ser um trunfo para Guilherme Pinto apresentar aos eleitores.
Ao contrário, e se esta linha for considerada prioritária, percebe-se que a Linha da Boavista comece a ser descartada. Fazer as duas nunca passou de uma hipótese académica. E ao abandoná-la, pelo menos no capítulo das prioridades, a vantagem que se cria para Guilherme Pinto é simétrica ao problema político com que fica Rui Rio.
Resta saber se dará frutos. As promessas deste calibre podem já não ser assimiladas pela maior parte da população. Seria preciso obra e não promessas em Matosinhos. E já não há tempo para mostrar nada de concreto até à altura em que se vai colocar a cruz no papel.
No Porto, pode até acontecer que o feitiço se volte contra o feiticeiro. Rui Rio já mostrou a sua mestria neste jogo em ocasiões anteriores e não terá qualquer problema em apresentar a questão como uma estratégia eleitoral retorcida, por um lado, e como uma prova do centralismo exacerbado, por outro. E com isso, em vez de perder uns votos para Elisa Ferreira, ganhar por mais ainda.
6 comentários:
Rui Rio está a pagar pelo erro histórico que cometeu ao permitir que o Governo ficasse com a maioria da administração da Empresa
Metro. Bem pode barafustar, bem pode ter razão, mas não pode deixar de ser responsabilizado, assim como os restantes membros da Junta Metropolitana, por ter cedido
à política centralizadora deste Governo. O que ganhou com isso? E esta região? Talvez mais razão para protestar contra o centralismo do Governo, mas também a miopia e cobardia da JMP.
E quanto á linha do metro para Leça da Palmeira?
Alguém pode me dizer o que se passa com o blog o porto de leixoes??
Boas Rafael!
Sabe-nos dizer o que se passou com o seu anterior blog oportodeleixões?
É que voce saiu e logo a seguir ele passou a não estar disponivel?
De acordo com a explicação que me deu o último resistente,"O Porto de Leixões" foi vítima do ataque de um vírus. É só o que sei.
Caro Rafael seria mesmo o Ébula!!!
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