"Uma casa no sapatinho". Quando vi o título do 'Matosinhos Hoje', apeteceu-me logo insultar alguém. Espectáculo miserável. Ponto de exclamação. Durante anos, Narciso Miranda usou e abusou da fórmula. Pelos vistos ninguém aprendeu nada entretanto. O original já era mau, a cópia é pior. Eu explico. Como se já não bastasse juntar numa sala um bando de desgraçados, chamá-los à vez para entregar a chave, fazer de conta que se tem o cidadão em grande estima, passar-lhe um sermão para cuidar do casinhoto, que a mais das vezes não vale um caracol, e ainda fotografá-los abundantemente, sobretudo se forem crianças e estiverem ranhosos... Como se isto não bastasse, agora entregam-se as chaves uma segunda vez. Ponto de exclamação e irritação. Ou seja, temos os mesmos desgraçados, voltam a ser chamados à vez, testemunha-se de forma pomposa a grande estima pelo cidadão, fotografam-se as crianças, com ou sem ranho, e passam-lhes o sermão para cuidar da casa que, já não bastava não valer, a mais das vezes, um caracol, ainda por cima é em segunda mão. Guilherme Pinto disse que preferia levar a cabo este tipo de cerimónia de "forma mais íntima e pessoal". Eu acredito. Mas, imaginem o azar, alguém chamou os jornalistas. Ponto de interrogação. Não era razão para adiar, fez-se mesmo assim. Sugestão: quando aquela malta deixar de pagar a renda, como aconteceu com os inquilinos anteriores, vamos organizar uma sessão pública para retirar as chaves aos tipos que costumam dar as chaves.
quinta-feira, 20 de dezembro de 2007
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