"Inspecção acusa Câmara de cobrar pouco aos empreiteiros", titula a primeira página de hoje do JN. É uma forma de ver as coisas. Pelos vistos diferente da interpretação do presidente da nossa Câmara. Que prefere a versão de que aumentar as taxas prejudicaria o mercado. Só se pode classificar o argumento como ingénuo. Taxas municipais de urbanização (TMU) mais baixas não significam preços mais baixos para quem compra casa, significam, isso sim, lucros maiores para os promotores imobiliários. A intenção até pode ser boa, o resultado é que não condiz. Ou alguém se tem apercebido de um abaixamento de preços ali para os lados de Matosinhos-Sul, de Leça da Palmeira ou de Perafita/Angeiras/Lavra? Se for esse o caso façam o favor de me avisar, estou comprador. Já agora, a acusação de desperdício é da Inspecção Geral de Finanças, a "besta negra" dos autarcas deste país. Eu pelo menos conheço alguns que só de ouvirem falar nestes tipos ficam com os cabelos em pé e começam a espumar-se. Só para terminar, sugiro a Guilherme Pinto que volte a subir as taxas que cobra aos empreiteiros e, em sentido contrário, que abdique de parte do nosso IRS. Pois é, as câmaras já podem fazer isso, sabiam? E isso sim terá boa repercussão no mercado de cada um.