sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Democracia carinhosa

Afinal já não somos uma "Terra de Horizonte e Mar". Agora estamos numa de "Matosinhos Mar, Movimento e Cultura". E agora, como é que se fazem trocadilhos com isto? A indignação atingiu-me em cheio quando lia uma excelente peça intitulada "Plano de Actividades e Orçamento 2008", concretamente na parte em que o presidente da Câmara faz a introdução ao tema. Devo desde já avisar que ainda só cheguei à página 9 deste calhamaço digital, por isso só posso comentar coisas verdadeiramente importantes, que estão logo no arranque. Como por exemplo as geminações. E tenho uma 'cacha' para vos dar, promete-se um "novo fôlego" nesta área (não, não diz nada sobre eventuais viagens), graças a um projecto qualquer com Mansoa, na Guiné Bissau. Mas atenção, não julguem lá os pretinhos que as festinhas são todas para eles. Vem no documento, e eu acredito, que haverá "carinho" para todas as cidades geminadas. Na minha opinião isso pode ser bom ou mau para os indígenas, consoante o vereador ou vereadora que lá mandarem, mas não quero ser acusado de sexismo. A outra coisa importante referida logo no arranque do documento é que a revista municipal ameaça chegar a casa de todos os cidadãos. Sim, aquela que mais abaixo um tal de Queirós, invejoso, diz que só tem propaganda. Eu não acredito que seja como ele escreve. Até a julgar pelo naco de prosa que se segue. Explica-se que a revista "só faz sentido se a mensagem que ela transmite for democraticamente abrangente". Pensei eu, vão acolher nas páginas as críticas da oposição, as opiniões divergentes do actual poder municipal, blá, blá, blá. Mas não é bem isso. Abrangência democrática, pelos vistos, é que "chegue a todas as ruas, a todos os prédios, a todos os bairros, a todas as freguesias". Fiquei siderado. A minha concepção de abrangência democrática é bem diferente. Mas devo ser eu que sou esquisito. Quem mais se vai importar com o facto de a autarquia estar a ignorar as vielas, as travessas, as pracetas e as moradias em banda?