1. "Com os dois pés no Porto", assegura o primeiro cartaz de Rui Rio na corrida à presidência da Câmara Municipal do Porto. Fica dado o mote para a longa campanha eleitoral, que só terminará em Setembro/Outubro.
Sendo que este mote de campanha lhe foi oferecido, numa bandeja, pela principal adversária, a socialista Elisa Ferreira. A candidatura simultânea ao Parlamento Europeu e à autarquia não deixará de lhe ser atirada à cara, tantas quantas as vezes que se cruzarem no longo caminho que falta percorrer.
Como já escrevi antes, isso não fará de Elisa Ferreira melhor ou pior presidente. Mas é um problema que faz dela, à partida, em termos formais, que não de conteúdo, uma pior candidata. E já vamos tendo provas disso: é a própria Elisa Ferreira quem tem de insistir, recorrentemente, que a sua prioridade é o Porto. E não devia ser preciso.
Foi o que teve de fazer, há uma semana, quando andou a "namorar" os eleitores mais velhos, nos centros de dia da freguesia de Paranhos. Sendo que ainda por cima o fez de forma desastrada: "Vou só dar o nome e volto". Como quem diz, o Parlamento Europeu não interessa nada, serve apenas para garantir um cargo político. E para que não restassem dúvidas, nova dose de explicações. "Sinceramente, eu quero vir para o Porto. O meu objectivo é sair de onde estou [Parlamento Europeu] e trabalhar para a cidade." Ou seja, vai perder mais tempo a tentar convencer os eleitores de que é uma candidata sincera e empenhada do que a explicar por que é a melhor alternativa a Rui Rio. O actual presidente e recandidato fará o que puder para manter o tema na agenda. Nem que seja com os pés.
2. "Vou vestir a camisola de Matosinhos, mas mantenho a t-shirt do PS bem colada ao meu coração". A frase é de Narciso Miranda e foi usada durante a sua apresentação, entre o povo, como candidato à Câmara de Matosinhos. É uma frase assim ao jeito de independente por fora, socialista por dentro. Um posicionamento que lhe permitirá somar, à sua óbvia notoriedade [não há ninguém tão conhecido em Matosinhos como Narciso], uma capacidade de atracção de eleitores de vários campos.
Desde logo os socialistas, sem os quais a vitória será impossível, que continuarão a ter "um socialista à frente da sua autarquia". Depois os abstencionistas, que poderão ser atraídos pelo facto de poderem votar, pela primeira vez, num movimento independente. E, finalmente, os eleitores que usam o voto como protesto e que poderão trocar PSD/PP, CDU e BE por um candidato com capacidade para ganhar.
É verdade que o PSD ainda não tem um rosto e que, quando o tiver, poderá começar a recuperar o terreno que entretanto perdeu. Por outro lado, Guilherme Pinto (PS), estando no poder, terá outra capacidade para fazer campanha. E na verdade faltam quatro longos meses. Mas parece - e às vezes o que parece é - que Narciso parte na frente. E se há coisa que não lhe falta é resistência, experiência e pelos vistos apoio, financeiro e popular, para aguentar esta corrida.
Sendo que este mote de campanha lhe foi oferecido, numa bandeja, pela principal adversária, a socialista Elisa Ferreira. A candidatura simultânea ao Parlamento Europeu e à autarquia não deixará de lhe ser atirada à cara, tantas quantas as vezes que se cruzarem no longo caminho que falta percorrer.
Como já escrevi antes, isso não fará de Elisa Ferreira melhor ou pior presidente. Mas é um problema que faz dela, à partida, em termos formais, que não de conteúdo, uma pior candidata. E já vamos tendo provas disso: é a própria Elisa Ferreira quem tem de insistir, recorrentemente, que a sua prioridade é o Porto. E não devia ser preciso.
Foi o que teve de fazer, há uma semana, quando andou a "namorar" os eleitores mais velhos, nos centros de dia da freguesia de Paranhos. Sendo que ainda por cima o fez de forma desastrada: "Vou só dar o nome e volto". Como quem diz, o Parlamento Europeu não interessa nada, serve apenas para garantir um cargo político. E para que não restassem dúvidas, nova dose de explicações. "Sinceramente, eu quero vir para o Porto. O meu objectivo é sair de onde estou [Parlamento Europeu] e trabalhar para a cidade." Ou seja, vai perder mais tempo a tentar convencer os eleitores de que é uma candidata sincera e empenhada do que a explicar por que é a melhor alternativa a Rui Rio. O actual presidente e recandidato fará o que puder para manter o tema na agenda. Nem que seja com os pés.
2. "Vou vestir a camisola de Matosinhos, mas mantenho a t-shirt do PS bem colada ao meu coração". A frase é de Narciso Miranda e foi usada durante a sua apresentação, entre o povo, como candidato à Câmara de Matosinhos. É uma frase assim ao jeito de independente por fora, socialista por dentro. Um posicionamento que lhe permitirá somar, à sua óbvia notoriedade [não há ninguém tão conhecido em Matosinhos como Narciso], uma capacidade de atracção de eleitores de vários campos.
Desde logo os socialistas, sem os quais a vitória será impossível, que continuarão a ter "um socialista à frente da sua autarquia". Depois os abstencionistas, que poderão ser atraídos pelo facto de poderem votar, pela primeira vez, num movimento independente. E, finalmente, os eleitores que usam o voto como protesto e que poderão trocar PSD/PP, CDU e BE por um candidato com capacidade para ganhar.
É verdade que o PSD ainda não tem um rosto e que, quando o tiver, poderá começar a recuperar o terreno que entretanto perdeu. Por outro lado, Guilherme Pinto (PS), estando no poder, terá outra capacidade para fazer campanha. E na verdade faltam quatro longos meses. Mas parece - e às vezes o que parece é - que Narciso parte na frente. E se há coisa que não lhe falta é resistência, experiência e pelos vistos apoio, financeiro e popular, para aguentar esta corrida.
(*) Originalmente publicado na edição do JN de 18/05/2008
1 comentário:
Creio que era útil questionar os porquês deste interesse de Narciso em regressar aonde esteve 30 anos, 26 dos quais como Presidente.
Será porque foi preterido pelo PS, ele que andou tantos e tantos meses a elogiar as políticas do governo e dizia que Sócrates era o PM mais reformador depois do 25 de Abril e que só há alguns meses passou a criticar? Isto é, enquanto tinha a esperança de que fosse o escolhido, tudo pelo PS, tudo pelas políticas do governo. Logo que viu que não era o escolhido há que se assumir-se como independente e criar, como bom narcisista, um movimento com o seu nome. E de onde vêm os muitos milhares de euros que já gastou na sua campanha? Como era bom encontrar resposta a esta pergunta. E porque não se recorda os relatórios das inspecções que acusam os sócios de ontem e inimigos de hoje, Narciso e Pinto?
E por que não se diz que se muito foi feito, muito foi mal feito e muito deveria ter sido feito e não foi, tudo isto tendo NM gerido muitas centenas de milhões de euros? E porque não se diz que a situação de crise que o poder local vive em Matosinhos é muito da responsabilidade de NM, sendo o caso da lota apenas um episódio?
NM tem passado, não é virgem, tem muitos pecados na situação que se vive. Não pode ser branqueado.
Ele e GPinto não são solução para Matosinhos porque com um ou com outro a guerra continuará. Matosinhos sabe quem tem provas prestadas de trabalho, honestidade e competência e que pode contribuir para um virar de página na história deste concelho. Deixemos a razão vencer.
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