"A despesa com pessoal é o argumento a que se vão agarrar as ignorâncias". Ainda ninguém tinha tido possibilidade de dizer o que quer que fosse sobre as contas da Câmara Municipal de Matosinhos (2008) e já Guilherme Pinto, em conferência de Imprensa, passava um atestado de incompetência a quem se lembrasse de abrir a boca. Poderia ser considerada uma boa jogada de antecipação, não fosse o insulto gratuito.
Do que se fala? Do aumento das despesas com pessoal em cinco milhões de euros nos últimos três anos. Correndo o risco de parecer ignorante, a mim parece-me de facto, vá lá, um pouco exagerado. Sobretudo quando atravessamos momentos de crise profunda, que convidariam a alguma restrição. Mesmo que tenha sido preciso acolher funcionários dos antigos serviços municipalizados na autarquia. Mesmo que aqui estejam incluídos os pagamentos aos monitores das actividades de enriquecimento curricular das escolas primárias. É muito milhão.
Acrescente-se que o tom tonitruante do presidente da Câmara não se esgotou no primeiro exemplo. Revelando um apego emocionante ao insulto, aproveitou para atacar quem se atreveu a duvidar da bondade dos recentes empréstimos à banca (32 milhões). "Mostram ignorância e até má-fé". Ora tomem lá.