O nosso primeiro já anda em campanha. E a caravana governamental (e partidária) passou por Matosinhos. À falta de melhor, Sócrates inaugurou obra que já está pronta há vários anos, anunciou projectos já anunciados antes e renovou promessas mil vezes repetidas. Tudo com muito profissionalismo e com imagem irrepreensível, como sempre.Lá está ele a desvalorizar, dirão os mais esclarecidos. Mais um frete ao Barroselas, acrescentarão algumas luminárias. E têm toda a razão. Passo a provar.A Via Interna de Ligação ao Porto de Leixões, mais conhecida pela simpática e impronunciável sigla de VILPL, está com asfalto posto desde 2004. Ora deixa lá fazer as contas… isso, há quatro anos! Pelos vistos faltava construir uma Portaria Única. Mas finalmente ela aí está e José Sócrates cortou a fita. Ao menos que sirva de facto para retirar, como se anuncia, cerca de dois mil camiões das nossas ruas.Mas a novidade que o nosso primeiro quis dar em primeiríssima (?) mão é que o porto de Leixões vai ter um moderno terminal de passageiros. Que é moderno, não tenho dúvida, porque já vi as imagens mais do que uma vez. Se bem me lembro, na primeira apresentação, na segunda apresentação e para aí na terceira apresentação, umas vezes nas instalações da APDL, outras na da Câmara de Matosinhos. Convenhamos que podiam ter feito o esforço de arranjar alguma coisa menos gasta para o primeiro-ministro.Finalmente e para terminar, Ana Paula Vitorino, a ministra… perdão, a secretária de Estado dos Transportes, voltou a dizer-nos que vai ser construída uma Plataforma Logística, ali para os lados de Guifões. Não tenho dúvida que é uma coisa importante, esclareça-se. E que fará com que o porto de Leixões assuma um papel cada vez mais importante, sobretudo no contexto do Noroeste Peninsular. O problema, mais uma vez, é que não passa da renovação, pela enésima vez, da mesma promessa. Interessante mesmo era que a concretizassem.
PS – Uma referência para Ricardo Fonseca, que não conheço pessoalmente, mas a quem só ouço elogios, pela competência, de gente de todos os quadrantes políticos. A cerimónia de ontem também serviu para o aplaudir e assinalar a saída para a liderança da Empresa Metro do Porto. Este ponto do programa não contesto.