terça-feira, 5 de maio de 2009

Pagar para correr

"A Área Disciplinar de Educação Física vem informar que o Torneio de Atletismo previsto no Plano de Actividades da Escola para os próximos dias 5 e 6 de Maio não se irá realizar por decisão desta área disciplinar. Esta decisão sustenta-se no facto de a Matosinhos Sport, Empresa Municipal de Desporto, cobrar este ano lectivo aluguer de instalações com o valor de 40 cêntimos por aluno por dia mais IVA, facto que consideramos inaceitável e que a escola não pode comportar"



Esta nota, que "assassina", em meia duzia de linhas, a política educativa e desportiva da nossa Câmara, chegou-me às mãos esta semana. É proveniente da E.B. 2,3 de Leça da Palmeira.
Ficamos a saber, entre outras coisas, que temos uma Empresa Municipal de Desporto que trata as escolas como se elas fossem empresas. E portanto trata os alunos como se fossem clientes. Mais moderno do que isto não há.
Estamos perante uma inversão das políticas educativas de Matosinhos. A partir de agora, em vez de ser a Câmara a financiar as escolas, são as escolas a financiar a Câmara. Sim, porque as despesas são mais que muitas, nomeadamente para pagar bons salários e bons carros aos administradores das empresas municipais.
Eu proponho, aliás, algumas medidas moralizadoras para além desta. Por exemplo, 20 cêntimos por aluno e por dia pela utilização dos recreios das escolas do primeiro ciclo. Isto para os alunos do escalão A, porque para os do B seria de 30 e para os "ricos" de 40 cêntimos. Já para consultar um livro em qualquer biblioteca escolar, 50 cêntimos. E por cada cinco minutos de utilização de um computador com ligação à internet, um euro (com desconto de 50% se for usado um Magalhães).

2 comentários:

Anónimo disse...

Esta Câmara não tem conserto, isto é, a maioria PS usa e abusa do poder que tem, sem pensar nos interesses da população. Com esta medida talvez queira criar melhores condições para a sobrevivência financeira da Matosinhos Sport cuja criação, tal como a Matosinhos Habit, se deve a Narciso e cuja existência, de ambas, nada justifica, a não ser como um centro de emprego de amigos, amigas e afins. Quanto às actividades que desenvolvem os próprios documentos são elucidativos. E porque não exterminá-las?

Anónimo disse...

É este o ponto. É aqui que as críticas ao despesismo corrente deste executivo começam a fazer todo o sentido. Onde é que pára a responsabilidade social? Onde é que pára o sentido que nos faz ainda (cada vez menos) acreditar na causa pública?

A sua ironia, Rafael, faz todo o sentido. Qualquer dia nenhum cidadão de Matosinhos, terá direito a usar os equipamentos municipais...